O Desenho Técnico surgiu da necessidade de representar objetos em projetos de Design e Arquitetura. A principal finalidade do Desenho Técnico é a representação no plano, das formas tridimensionais de modo a possibilitar a reconstituição espacial posterior das mesmas. Tal operação requer abstração e visão espacial.
A proposta da disciplina é inverter esse caminho. Ao se fazer isso, o objeto tridimensional ajuda o aluno a construir um entendimento físico do processo, já que o objeto a ser representado está lá e a projeção do mesmo em diedro deixa de ser abstrata. Isso torna a compreensão do processo de fabricação mais incorporada ao processo de projeto. Assim uma linha representada deixa de ser uma linha e passa incorporar significados de fabricação como: serrar, parafusar. Tal inversão ainda diminui a distância entre a representação e a construção.
Durante a disciplina Desenho técnico I, os alunos exercitaram sua capacidade de representação em croqui, planejamento de montagem elaborado a partir dos croquis produzidos, capacidade de construção de objetos usando desenho técnico como ferramenta, representação técnica construída a partir de objeto tridimensional. É proposta, a cada semestre na disciplina, a construção do objeto como forma de entender a representação e sua finalidade. Tal objeto é definido por demandas da comunidade.
No segundo semestre de 2016 trabalhou-se com as demandadas da Casa de Referência a Mulher Tina Martins por mobiliário de suporte para a creche da casa. A Casa de Referência da Mulher Tina Martins é um espaço, o qual visa fortalecer mulheres em situações de vulnerabilidade e/ou violência doméstica. Atualmente, desenvolve trabalhos a partir de 4 eixos: formação política; encaminhamento; acolhimento; abrigamento. A creche é um espaço relevante dentro da proposta, pois muitas mulheres possuem filhos e o acolhimento passa por acolher também essas crianças.
Alex Barros Prieto Junior
Ana Carolina Oliveira De Abreu
André Christofaro Braganca De Matos
Aparecida De Fatima Fernandes
Bruna Oliveira Rios
Caroline Luiza De Lima Santos
Daniele Cristina De Oliveira
Debora Cristina Meira Da Silva Barbosa
Gabrielly Eleuterio Dos Santos
Giovani Luiz Giuberti
Gustavo Silveira Bueno Da Silva
Isabela Nantes
Karen Kerdley Silva Medeiros
Karina Cotoschi De Abreu
Leticia Colombi Camillo Do Carmo
Lucas Gomes Abreu Rosa
Maiara Luchi Camilotti
Marcelo Gomes Bello De Oliveira Noronha
Marina Lana De Paula
Mercia De Andrade Barbosa Guilherme
Mirela Catarina De Oliveira
Roberto Junio Teixeira Neves
Rogerio Januario Vieira Junior
Sofia Clemente Motta Teixeira
Vanessa Almeida Costa
Victor Araujo Mendes
Wanderson Leandro Gomes Rodrigues
As significações imaginárias e simbólicas sobre o que sejam “cidades mais justas e sustentáveis” são diversas e atravessadas pelos valores instituídos. Para ampliar tais significações é preciso acionar linguagens diversas, oriundas dos campos técnicos e poéticos.
Para um mesmo fato, surge mais de uma narrativa que explica/justifica tal fato, ou seja, há muitas figurações que precisam ser expandidas, antes que se faça uma separação precoce do que possa ser falso ou verdadeiro, exato ou figurativo. A partir da diversidade de narrativas, orbitam atores humanos e não-humanos diversos, antagônicos ou não.
A cartografia como metodologia assume a pesquisa como dispositivo de intervenção, produtora de acontecimentos abertos à imprevisibilidade da ação.
O movimento alternado do observador-pesquisador, ora em direção ao processo que pretende analisar, ora se afastando dele, desestabiliza a separação entre sujeito e objeto, tornando sujeitos políticos tudo e todos os envolvidos nos processos, com vozes e saberes a serem compartilhados, e, por isso, passíveis de transformação.
Várias atividades extensionistas desenvolvidas pelo Natureza Política se aproximam das práticas de Assessoria Técnica, na medida em que demandas socioespaciais são trazidas por moradores e/ou lideranças comunitárias. Contudo, essas demandas são sempre problematizadas, tendo em vista a sua articulação à pesquisa e à produção de uma ciência viva e engajada socialmente, na fricção do erudito e do popular, resultando em um conjunto de técnicas e procedimentos coletivamente acordados, que visa a inclusão social e a justiça ambiental.
O chamado “giro espacial” é identificado a partir de uma mudança de ênfase da dimensão temporal para a dimensão espacial da sociedade, mudança esta ocorrida, aproximadamente, a partir do início da década de 1980 em termos da reflexão teórica, mas com raízes concretas que remontam aos movimentos culturais e eco lógicos dos anos 1960-70. O termo “giro decolonial” foi “cunhado originalmente por Nelson Maldonado-Torres em 2005” e “basicamente significa o movimento de resistência teórico e prático, político e epistemológico, à lógica da modernidade/colonialidade.
(HAESBAERT)
A única práxis emancipadora é aquela que faz do comum a nova significação do imaginário social. Isso significa também que o comum, […], sempre pressupõe uma instituição aberta para a sua história, […], para tudo aquilo que funcione como o seu inconsciente.
(Dardot&Laval, 2016, p.368)
O comum deve ser pensado como co-atividade (…) somente a atividade prática dos homens pode tornar as coisas comuns (…), pode produzir um novo sujeito coletivo.
Se existe “universalidade”, só pode ser trata-se de uma universalidade prática.
(Dardot&Laval, 2016, p.40)
A história é impossível e inconcebível fora da imaginação produtiva ou criadora, do que nós chamamos imaginário radical tal como se manifesta ao mesmo tempo e indissoluvelmente no fazer histórico, e na constituição, antes de qualquer racionalidade explícita, de um universo de significações.
(Castoriadis, 1982, p.176)
A emancipação advém tanto da compreensão dos mecanismos de poder e sujeição, quanto da destituição da forma de agência que tais mecanismos pressupõe (…) A emancipação é uma deposição do saber, é uma decomposição da voz e a instauração de uma nova gramática de poder na vida social.
(SAFATLE)
“Um conjunto decididamente heterogêneo que engloba discursos, instituições, organizações arquitetônicas, decisões regulamentares, leis, medidas administrativas, enunciados científicos, proposições filosóficas, morais, filantrópicas. Em suma, o dito e o não dito são os elementos do dispositivo”
(Foucault, 2015, p.364)
O poder tem que ser analisado como algo que circula, ou melhor, como algo que só funciona em cadeia.
(FOUCAULT)