No segundo semestre de 2016, as possibilidades de projetos complexos e áreas públicas que representassem elementos de ampliação da vida urbana estavam sendo discutidas na extensão pelo programa Natureza Políticas. Os alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG foram convidados a problematizar a forma em que pensam os espaços da públicos da cidade, em particular os parques, e propor uma cidade para todos a partir da disciplina de projetos flexibilizados – PFLEX – ministrada pela professora Luciana Souza Bragança.
A disciplina ministrada pela professora tem como proposta a resolução de projeto de parque urbano envolvendo situação urbana complexa, na escala dos bairros, aprofundando nos estudos das relações entre a arquitetura, a cidade e a paisagem.
Métodos de ensino:
Para a realização e desenvolvimento do projeto, serão contempladas:
Orientação:
O processo de orientação será feito da seguinte forma:
Etapa inicial:
Etapa 01: Desenvolvimento do projeto – elaborar propostas, abrangentes quanto ao território, a partir da crítica aos projetos existentes e dos conceitos apresentados. Na primeira etapa os projetos devem espacializar diretrizes amplamente no território como um plano urbanístico.
Projeto equipe 1
Projeto equipe 2
Projeto equipe 3
Projeto equipe 4
Projeto equipe 5
Projeto equipe 6
Etapa 02: Desenvolvimento do projeto – projeto técnico
Os projetos poderão ser elaborados com diversos objetivos: serem objeto de licitação, serem instrumentos de negociação com o poder público, serem integrados aos comitês de bacias hidrográficas de Belo Horizonte.
Os projetos apresentados discutem as possibilidades de um projeto de parque urbano criar elementos de conexão, de contribuir amplamente para o sistema hídrico, com o sistema verde e principalmente com a vivência harmônica entre humanos e não-humanos ao construir espaços de conexão da vida.
Ana Laura Prates Noce
Antonino Calicchio Demetrio
Brenda Alves De Freitas
Bruna Montes Souza
Bruna Xavier Penna
Gabriel Meyer Paixão
Gabriela Ferreira
Isadora Lage Bistene
Jordan De Oliveira Ferreira Cabral
Mariana Julia Souza Barbosa Lima
Marília Pimenta Chaves
Miguel Victor Pereira Veloso
Miriene Cristina Valu De Souza
Paula De Castro Mendes Gomes
Priscila Martins Silva
Rafaela De Carvalho Martini
Rogerio Lucas Goncalves Passos
Thaissa Cysne Frota Adjafre
As significações imaginárias e simbólicas sobre o que sejam “cidades mais justas e sustentáveis” são diversas e atravessadas pelos valores instituídos. Para ampliar tais significações é preciso acionar linguagens diversas, oriundas dos campos técnicos e poéticos.
Para um mesmo fato, surge mais de uma narrativa que explica/justifica tal fato, ou seja, há muitas figurações que precisam ser expandidas, antes que se faça uma separação precoce do que possa ser falso ou verdadeiro, exato ou figurativo. A partir da diversidade de narrativas, orbitam atores humanos e não-humanos diversos, antagônicos ou não.
A cartografia como metodologia assume a pesquisa como dispositivo de intervenção, produtora de acontecimentos abertos à imprevisibilidade da ação.
O movimento alternado do observador-pesquisador, ora em direção ao processo que pretende analisar, ora se afastando dele, desestabiliza a separação entre sujeito e objeto, tornando sujeitos políticos tudo e todos os envolvidos nos processos, com vozes e saberes a serem compartilhados, e, por isso, passíveis de transformação.
Várias atividades extensionistas desenvolvidas pelo Natureza Política se aproximam das práticas de Assessoria Técnica, na medida em que demandas socioespaciais são trazidas por moradores e/ou lideranças comunitárias. Contudo, essas demandas são sempre problematizadas, tendo em vista a sua articulação à pesquisa e à produção de uma ciência viva e engajada socialmente, na fricção do erudito e do popular, resultando em um conjunto de técnicas e procedimentos coletivamente acordados, que visa a inclusão social e a justiça ambiental.
O chamado “giro espacial” é identificado a partir de uma mudança de ênfase da dimensão temporal para a dimensão espacial da sociedade, mudança esta ocorrida, aproximadamente, a partir do início da década de 1980 em termos da reflexão teórica, mas com raízes concretas que remontam aos movimentos culturais e eco lógicos dos anos 1960-70. O termo “giro decolonial” foi “cunhado originalmente por Nelson Maldonado-Torres em 2005” e “basicamente significa o movimento de resistência teórico e prático, político e epistemológico, à lógica da modernidade/colonialidade.
(HAESBAERT)
A única práxis emancipadora é aquela que faz do comum a nova significação do imaginário social. Isso significa também que o comum, […], sempre pressupõe uma instituição aberta para a sua história, […], para tudo aquilo que funcione como o seu inconsciente.
(Dardot&Laval, 2016, p.368)
O comum deve ser pensado como co-atividade (…) somente a atividade prática dos homens pode tornar as coisas comuns (…), pode produzir um novo sujeito coletivo.
Se existe “universalidade”, só pode ser trata-se de uma universalidade prática.
(Dardot&Laval, 2016, p.40)
A história é impossível e inconcebível fora da imaginação produtiva ou criadora, do que nós chamamos imaginário radical tal como se manifesta ao mesmo tempo e indissoluvelmente no fazer histórico, e na constituição, antes de qualquer racionalidade explícita, de um universo de significações.
(Castoriadis, 1982, p.176)
A emancipação advém tanto da compreensão dos mecanismos de poder e sujeição, quanto da destituição da forma de agência que tais mecanismos pressupõe (…) A emancipação é uma deposição do saber, é uma decomposição da voz e a instauração de uma nova gramática de poder na vida social.
(SAFATLE)
“Um conjunto decididamente heterogêneo que engloba discursos, instituições, organizações arquitetônicas, decisões regulamentares, leis, medidas administrativas, enunciados científicos, proposições filosóficas, morais, filantrópicas. Em suma, o dito e o não dito são os elementos do dispositivo”
(Foucault, 2015, p.364)
O poder tem que ser analisado como algo que circula, ou melhor, como algo que só funciona em cadeia.
(FOUCAULT)